Juventude clichê, comentário clichê.

Às vezes eu chego a pensar que nascí na geração errada. Chego a me perguntar se eu é que já  estou envelhecendo precocemente ou se os outros jovens da minha idade é quem estão desvirtuando o lema de ''jovens o futuro da nação'' ou '' jovens sinônimo de revolução". Digam o que quiserem, mas eu jamais irei me converter à essa religião onde todos gostam de todos, gostam das mesmas coisas, das mesmas cores, das mesmas roupas, das mesmas bandas. (sim, meu dedo coçou para falar mal daquela bandinha RESTART, mas não vem ao acaso.) Para onde foi a individualidade, a identidade, o prazer em ser diferente? Se hoje você é igual a todos é bem visto. Se veste roupas diferentes, se fala diferente ou escuta músicas diferentes é careta. Muitos poderiam me dizer que é apenas uma fase. Mas será que todos os nossos grandes músicos e pensadores eram assim e depois tornaram-se intelectuais ou o meu ponto de vista faz algum sentido? Enfim, acredito que se hoje, a nossa juventude está assim, daqui a 20 anos a coisa vai piorar. Abandonaram tudo que é clássico para fazer uso daquilo é dito como best-seller. Machado de Assis, Pablo Neruda e Gonçalves Dias ? É capaz de que eles nem saibam de quem se tratam. Não falo de todos, mas da maioria. Trocaram a mpb, o rock e a maravilhosa bossa nova por um funk, um forró, ou até coisas piores que não me atrevo a colocar aqui. O que foi que aconteceu com a juventude revolucionária? Há quase trinta anos atrás, os jovens lutavam pelo direito ao voto nas Diretas Já. Hoje, os jovens se dividem em três vertentes: uma minoria comenta e faz uso do seu direito, uma parte intermediária talvez nem saiba o que foi tal movimento, a terceira  e última parte tem sua composição naqueles que argumentam: ''enquanto eu puder, não votarei.'' Eram esses os filhos da revolução citados por Renato Russo em sua canção Geração Coca-Cola ou ele imaginava coisa melhor? É, talvez eu é que seja careta demais.